Os ditados e a política brasileira

31 agosto 2016

Pra começo de conversa eu não entendo muito de política e não defendo nenhum partido. Esse texto é apenas uma reflexão.

“Achado não é roubado, quem perdeu foi relaxado”.

“Foi na roça perdeu a carroça”.

“Vergonha é roubar e não poder carregar”.

“Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”.

Esses foram alguns ditados relembrados pela minha turma em sala de aula, durante uma discussão a respeito de como a cultura afeta a realidade de uma população. Cada uma dessas frases faz parte da cultura brasileira, e todas elas contribuem para aquilo que carinhosamente chamamos de “jeitinho brasileiro”.

Achar algo caído em algum ambiente e ao invés de perguntar a quem pertence simplesmente ficar pra si. Ou então furar a fila ou roubar a cadeira de alguém, porque a pessoa “foi na roça e perdeu a carroça”. Coisas que podem parecer inocentes, no fundo acabam servindo de justificativa para atitudes cada vez mais agravantes.

Não tem problema não devolver o troco que veio a mais quando comprou o pão na padaria. Logo em seguida não tem nada de errado subornar o policial para que o veículo não seja apreendido, pois se fosse errado mesmo ele não aceitava. E também não tem problema esconder aquela renda extra, ou então inventar despesas a mais, só pra não precisar pagar nada a mais pra receita federal. Afinal de contas eles já descontam um valor do seu salário todo mês não é?

Essa é a mentalidade de um povo que tem um jeitinho nada comum de resolver os problemas. Que está sempre pegando atalhos e jogando a culpa no outro à la Homer Simpson, porque se o país não cobrasse tantos impostos não seria necessário sonegar, fazer gato de luz, água e TV a cabo, comprar produtos falsificados e coisas do tipo.

Não adianta reclamar do político que rouba milhões quando se comete atos semelhantes na própria realidade. Roubo é roubo, seja do troco que veio a mais e não foi devolvido ou do dinheiro desviado dos impostos, das licitações e tudo o mais.

“Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”.


Leiam esse texto.

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