Pra começo de conversa eu não entendo muito de política e
não defendo nenhum partido. Esse texto é apenas uma reflexão.
“Achado não é roubado, quem perdeu foi relaxado”.
“Foi na roça perdeu a carroça”.
“Vergonha é roubar e não poder carregar”.
“Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”.
Esses foram alguns ditados relembrados pela minha turma em
sala de aula, durante uma discussão a respeito de como a cultura afeta a
realidade de uma população. Cada uma dessas frases faz parte da cultura
brasileira, e todas elas contribuem para aquilo que carinhosamente chamamos de “jeitinho
brasileiro”.
Achar algo caído em
algum ambiente e ao invés de perguntar a quem pertence simplesmente ficar pra
si. Ou então furar a fila ou roubar a cadeira de alguém, porque a pessoa “foi
na roça e perdeu a carroça”. Coisas que podem parecer inocentes, no fundo
acabam servindo de justificativa para atitudes cada vez mais agravantes.
Não tem problema não devolver o troco que veio a mais quando comprou o pão na padaria. Logo em seguida não tem nada de errado subornar
o policial para que o veículo não seja apreendido, pois se fosse errado mesmo
ele não aceitava. E também não tem problema esconder aquela renda extra, ou
então inventar despesas a mais, só pra não precisar pagar nada a mais pra
receita federal. Afinal de contas eles já descontam um valor do seu salário
todo mês não é?
Essa é a mentalidade de um povo que tem um jeitinho nada
comum de resolver os problemas. Que está sempre pegando atalhos e jogando a
culpa no outro à la Homer Simpson, porque se o país não cobrasse tantos impostos não seria necessário sonegar, fazer gato de luz, água e TV a cabo, comprar produtos falsificados e
coisas do tipo.
Não adianta reclamar do político que rouba milhões quando se
comete atos semelhantes na própria realidade. Roubo é roubo, seja do troco que veio a mais e não foi
devolvido ou do dinheiro desviado dos impostos, das licitações e tudo o mais.
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